domingo, maio 13, 2012

Estudo...

Entendendo um pouco a Esquizofrenia


Com o início da Faculdade, como vocês puderam perceber, as atualizações do blog ficaram mais difíceis, mas não vamos abandoná-lo não, vamos continuar atualizando na medida do possível!

Abaixo segue um documento/texto, editado para ser apresentado na faculdade, falando um pouco sobre a patologia Esquizofrenia.

Particularmente falando, foi muito interessante pesquisar sobre isso, pois além de ser muito intrigante a forma como nosso cérebro trabalha e as doenças que afentam nosso cérebro, tenho um histórico familiar de patologias mentais, como a própria esquizofrenia, o alzheimer e a depressão. Então foi muito interessante e aproveitosos aprender um pouco sobre isso.

Após a avaliação do professor, estarei postando mais informações sobre o tema.

Fonte do material: Youtube e www.entendendoaesquizofrenia.com.br

Abraços a todos e fiquem na Paz.


ESQUIZOFRENIA


O que é?

É uma patologia Mental, que afeta funções cerebrais alterando a capacidade de diferenciação entre realidade e fantasia.
Normalmente e socialmente, a patologia ainda é estigmatizada como loucura e, consequentemente, seu hospedeiro é vulgarmente chamado de Louco.
Ela altera diretamente a estrutura vivencial do paciente, ou seja, baseando-se que o ser humano é a relação que ele estabelece com o ambiente, o paciente Esquizofrênico tem essa relação com o meio profundamente abalada, tanto a nível do pensamento e da afetividade e, consequentemente, todo comportamento e toda performance existencial do indivíduo serão comprometidos.
Aproximadamente 1% da população é acometida pela doença, geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada sócio-cultural.

Quais os sintomas?

Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam, em geral, por distorções do conteúdo pensamento (delírios), da percepção (alucinações) e por inadequação dos afetos.
Os sintomas característicos da Esquizofrenia podem ser agrupados, genericamente, em 2 tipos: positivos e negativos.
Positivos:
·         Delírios (persecutórios, grandeza, ciúmes, místicos, somáticos). É o carro chefe dos Sintomas da Esquizofrenia.Ex.: A pessoa está convicta de estar sendo perseguida o tempo todo, que está sendo vigiada, que estão escutando seus pensamentos, invadindo sua mente...
·         Alucinações (auditivas, visuais, táteis e olfativas). Outro sintoma muito típico da patologia, sendo geralmente experimentadas como vozes conhecidas ou estranhas, que são percebidas como distintas dos pensamentos da própria pessoa. embora as vozes pejorativas ou ameaçadoras sejam especialmente comuns.
·         Perturbações do pensamento (incoerência, prolixidade... "não fala coisa com coisa").
·         Comportamento desorganizado, agitação, euforia.
Negativos:
·         Pobreza do conteúdo do pensamento e da fala
·         Rigidez afetiva
·         Incapacidade de sentir emoções eprazer
·          Isolamento social
·         Diminuição da iniciativa e da vontade.
A pessoa passa a funcionar mal em áreas significativas da vida cotidiana, como na escola ou trabalho, nas relações sociais e familiares.

Os próprios pacientes experimentam os seguintes sentimentos:

A.    Perplexidade: No começo da doença os pacientes informam um sentimento de estranheza (Trema) sobre a experiência, alguma confusão sobre de onde veem os sintomas (normalmente alucinações) e se perguntam parque sua experiência diária tem mudado tanto.
B.     Isolamento: A pessoa esquizofrênica experimenta uma sensação intensa de ser diferente dos demais e de estar separada de outras pessoas. O isolamento social, evitar contactos tornam-se evidente.
C.     Ansiedade e Terror: Em geral a experiência cotidiana está invadida por uma sensação geral de mal estar e ansiedade. Evidenciam-se os períodos de terror intenso, causado por um mundo dentro do qual tudo parece perigoso e incontrolável, normalmente atribuído a origens externas e mágicas.

Os fatores de riscos

Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma combinação de fatores genéticos (hereditariedade) e ambientais. Certas pessoas nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se forem expostas a determinados fatores ambientais.
Há alguns modelos que são estudados como fatores de riscos para patologias mentais como a Esquizofrenia:
·         O modelo Sociogênico, no qual a sociedade, complexa e exigente, é a responsável exclusiva pelo enlouquecimento humano.
·         O modelo Organogênico, onde os elementos orgânicos da função cerebral seriam os responsáveis absolutos pela Doença Mental.
·         O modelo Psicogênico, onde a dinâmica psíquica é responsável pela doença e subestimam-se as disposições constitucionais.
·         O modelo Organodinâmico, que compatibiliza todos três anteriores, onde participariam requisitos biológicos, motivos psicológicos e determinantes sociais.

Tipos de Esquizofrenia

Tipo Paranóide: É o tipo mais comum e é caracterizado pela presença central de delírios, normalmente com conteúdos persecutórios, autorreferentes, de ciúmes ou de mudanças corporais. A presença de alucinações principalmente auditivas também faz parte do quadro característico. A presença de prejuízos da volição e discurso, bem como os distúrbios do afeto e sintomas catatônicos mostram-se pouco proeminentes.
 Tipo Desorganizado ou Hebefrênico: A característica marcante neste tipo é o prejuízo do pensamento e o comprometimento afetivo. O pensamento se mostra desorganizado com delírio pouco ou não estruturados com discurso fragmentado. Quanto ao afeto este encontra-se inapropriado e superficial com risos imotivados e comportamento pueril o bizarro. Normalmente o início da Esquizofrenia dá-se precocemente e a evolução é pior quando comparado ao tipo paranóide pela precoce e grave instalação de sintomas negativo.
 Tipo Catatônico: A alteração marcante neste tipo diz respeito a psicomotricidade podendo apresentar períodos de mutismo, intenso negativismo, obediência automático e flexibilidade cérea, e em outro momento agitação e excitação chegando a um intenso estado de agitação e violência denominado FUROR CATATÔNICO. Os sintomas positivos como delírios e alucinações são ausentes ou com importância secundária.
 Tipo Indiferenciado: Enquadra-se quando não é possível a definição por não haver claro predomínio dos sintomas que delimitam os Tipos de Esquizofrenia.
 Tipo Residual: Consiste no estágio crônico da doença onde os sintomas positivos, que caracterizaram o diagnóstico de Esquizofrenia, estão ausentes ou diminuídos e os sintomas negativos prevalecem e se destacam.
 Transtorno Deteriorante Simples ou Tipo Simples: Caracteriza-se pelo surgimanto de forma insidioso porém progressivamente dos sintomas negativos sem que sejam precedidos por sintomas positivos.

O que não é Esquizofrenia?
Há alguns mitos sobre a esquizofrenia bastante enraizados na opinião popular. Boa parte desses mitos se originou na mídia, através de filmes e romances sobre “loucos” e psicóticos que, além da qualidade literária e artística, não guardam, obrigatoriamente, uma coerente relação com a verdade científica. 
A esquizofrenia não é a dupla pessoalidade. Apesar do termo esquizofrenia cunhado por Bleuler em 1911 significar mente partida, hoje sabemos que a síndrome de esquizofrenia é muito mais ampla que isso e não tem por que incluir nela os Transtornos de Personalidade Múltipla.
A esquizofrenia não é uma violência sem sentido.   O mito da violência psicótica provavelmente se deve ao grande diretor Alfred Hitchcock e afins, cujo trabalho consiste em dirigir filmes de agrado popular mas não, necessariamente, com bases científicas e reais.  
Também é possível que este mito se deva ao tratamento da esquizofrenia com medicamentos sedativos. Mas, na maioria das vezes, a sonolência é um efeito secundário da medicação antipsicótica mais do que uma imperiosa necessidade de “dopar” o paciente para ele não agredir.
A porcentagem de pacientes psicóticos esquizofrênicos que pode ser violenta é, felizmente, pequena. A agressividade dos psicóticos costuma ocorrer praticamente na mesma proporção da violência na população em geral. Aliás, podemos dizer, de maneira geral, que quem mais agride é a sociedade ao “louco” do que o contrário; é a sociedade das pessoas normais quem prende, agride, amarra, interna sem consentimento, seda, dopa, exclui e estigmatiza.

Tratamento da Esquizofrenia

Os antipsicoticos, familiares e amigos são a principal rede de apoio de pacientes com esquizofrenia.

O curso da esquizofrenia é variável. Alguns pacientes se recuperam totalmente, outros têm recorrências com ou sem piora do funcionamento ou apresentam piora progressiva e cronificação.
Os medicamentos antipsicóticos são o tratamento de escolha para esquizofrenia, tanto na fase aguda como na fase de manutenção. Têm ação pronunciada sobre alguns sintomas, como tensão, hiperatividade, agressividade, hostilidade, alucinações, delírio, insônia, anorexia, negativismo, isolamento. Por outro lado, não proporcionam melhora acentuada da crítica, juízo, memória, orientação.
A resposta a cada medicação é individual e a escolha do antipsicótico clássico pode ser feita de acordo com o perfil de efeitos colaterais e o risco do paciente para estes. Pacientes idosos, por exemplo, têm maior risco de complicações com os efeitos colaterais anticolinérgicos e com a hipotensão postural, sendo mais indicado o uso de um antipsicótico potente. E importante ressaltar que a associação de duas ou mais medicações antipsicóticas clássicas não potencializa efeito antipsicótico, sendo tão efetivo quanto o uso de uma medicação isolada, enquanto os efeitos colaterais se somam. Desse modo, as associações devem ser evitadas, exceto quando se procura efeitos diversos, tais como sedação e, ao mesmo tempo, diminuição dos sintomas psicóticos.
Deve iniciar-se o tratamento com dose baixa, aumentando-a gradualmente, conforme a adaptação do paciente, até atingir dose ideal. A instalação do efeito antipsicótico dessas medicações demora algumas semanas, de modo que se deve esperar, no mínimo, 8 semanas antes de considerar que o paciente não respondeu ao tratamento. Existem preparações na forma injetável de alguns dos antipsicóticos, que podem ser usadas para conter agitação ou agressividade.
Se a reposta é parcial após 4-6 semanas e há indícios de que o nível sérico do antipsicótico é baixo, pode-se tentar aumento da dose, pois o paciente pode ter deficiência na absorção da medicação ou metabolismo aumentado. Se não há resposta, deve mudar-se para um antipsicótico de outra classe. Se não há melhora com uso de três antipsicóticos clássicos diferentes usados por tempo suficiente, caracteriza-se refratariedade aos antipsicóticos e o uso de antipsicóticos de nova geração é indicado.
Os novos antipsicóticos vêm sendo cada vez mais usados também como medicação de primeira linha no tratamento inicial da esquizofrenia. Esses medicamentos têm eficácia semelhante a dos antipsicóticos clássicos nos sintomas positivos e são mais eficazes nos sintomas negativos da esquizofrenia, além de apresentarem menos efeitos extra-piramidais nas doses clínicas habituais
O uso de antipsicóticos também é indicado como tratamento de manutenção, para reduzir o risco de recaídas. O tratamento de manutenção deve ser contínuo, devido ao risco maior de recaída com tratamentos com uso intermitente de medicação antipsicótica. A dose usada no controle do quadro agudo vai sendo reduzida gradativamente, ao longo de vários meses, até atingir a menor dose efetiva possível, em geral cerca de metade da dose utilizada na fase aguda. O tempo de manutenção da medicação deve ser de pelo menos 5 anos; após esse período, se não houver recaídas, é possível estudar a possibilidade de redução e eventualmente suspensão do antipsicótico.
Pacientes com esquizofrenia geralmente têm pouca crítica da doença, deixando de aderir ao tratamento medicamentoso com muita frequência. Uma alternativa é o uso de medicação injetável de depósito (depot). A mudança de medicação oral para a de depósito não pode ser abrupta. A medicação oral deve ser mantida por pelo menos 3 meses, até que o nível sérico do antipsicótico injetável se estabilize.
Cerca de 25 % dos pacientes esquizofrênicos respondem insatisfatoriamente ao tratamento medicamentoso habitual. A persistência, seja de sintomas positivos seja de sintomas negativos, dificulta a utilização de abordagens psicossociais e prejudica a reintegração social do paciente.
Normalmente os antipsicóticos típicos são divididos em 2 grandes grupos funcionais; os sedativos e os incisivos. Eles podem ser usados associados ou isoladamente, conforme o caso. Os antipsicóticos sedativos são utilizados, predominantemente, para pacientes psicóticos com inquietação, agitação ou ansiedade exageradas. Esses antipsicóticos sedativos podem ou não ser associados aos incisivos, dependendo da exuberância dos sintomas psicóticos (alucinações e delírios).
Assim sendo, os antipsicóticos sedativos são como diz o nome, bastante sedativos e pouco incisivos, ou seja, atuam mais nos estados de agitação que de delírio ou alucinação.
Por outro lado, os antipsicóticos incisivos são indicados sempre que houver exuberância de sintomas delirantes e alucinatórios.
A administração dos antipsicóticos clássicos causa diminuição aguda de interesse e iniciativa, assim como diminuição da manifestação de emoções ou afetos. Inicialmente, pode haver lentidão na resposta a estímulos externos e sonolência, mas os indivíduos são facilmente acordados e mantêm funções intelectuais intactas. Pacientes psicóticos ficam menos agitados e pacientes isolados ou autistas ficam mais responsivos e comunicativos e o comportamento agressivo e impulsivo diminui.
Gradualmente, em dias ou semanas, os sintomas psicóticos, como os delírios, as alucinações e o pensamento desorganizado tendem a desaparecer com o uso dos antipsicóticos. Nesse período, também podem aparecer os chamados sintomas extrapiramidais, que são efeitos colaterais na esfera psicomotora e caracterizados por bradicinesia, rigidez muscular, tremores e acatisia.

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