Estudo...
Entendendo um pouco a Esquizofrenia
Com o início da Faculdade, como vocês puderam perceber, as atualizações do blog ficaram mais difíceis, mas não vamos abandoná-lo não, vamos continuar atualizando na medida do possível!
Abaixo segue um documento/texto, editado para ser apresentado na faculdade, falando um pouco sobre a patologia Esquizofrenia.
Particularmente falando, foi muito interessante pesquisar sobre isso, pois além de ser muito intrigante a forma como nosso cérebro trabalha e as doenças que afentam nosso cérebro, tenho um histórico familiar de patologias mentais, como a própria esquizofrenia, o alzheimer e a depressão. Então foi muito interessante e aproveitosos aprender um pouco sobre isso.
Após a avaliação do professor, estarei postando mais informações sobre o tema.
Abraços a todos e fiquem na Paz.
ESQUIZOFRENIA
O que é?
É uma patologia Mental, que afeta funções cerebrais alterando a
capacidade de diferenciação entre realidade e fantasia.
Normalmente e socialmente, a patologia ainda é estigmatizada como loucura
e, consequentemente, seu hospedeiro é vulgarmente chamado de Louco.
Ela altera diretamente a estrutura vivencial do paciente, ou seja,
baseando-se que o ser humano é a relação que ele estabelece com o ambiente, o
paciente Esquizofrênico tem essa relação com o meio profundamente abalada,
tanto a nível do pensamento e da afetividade e, consequentemente, todo
comportamento e toda performance existencial do indivíduo serão comprometidos.
Aproximadamente 1% da população é acometida pela doença, geralmente
iniciada antes dos 25 anos e sem predileção por qualquer camada sócio-cultural.
Quais os sintomas?
Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam, em geral, por distorções
do conteúdo pensamento (delírios), da percepção (alucinações) e por inadequação
dos afetos.
Os sintomas característicos da Esquizofrenia podem ser agrupados,
genericamente, em 2 tipos: positivos e negativos.
Positivos:
·
Delírios (persecutórios, grandeza,
ciúmes, místicos, somáticos). É o carro chefe dos Sintomas da
Esquizofrenia.Ex.: A pessoa está convicta de estar sendo perseguida o tempo
todo, que está sendo vigiada, que estão escutando seus pensamentos, invadindo
sua mente...
·
Alucinações (auditivas, visuais, táteis
e olfativas). Outro sintoma muito típico da patologia, sendo geralmente
experimentadas como vozes conhecidas ou estranhas, que são percebidas como
distintas dos pensamentos da própria pessoa. embora as vozes pejorativas ou
ameaçadoras sejam especialmente comuns.
·
Perturbações do pensamento (incoerência,
prolixidade... "não fala coisa com coisa").
·
Comportamento desorganizado, agitação,
euforia.
Negativos:
·
Pobreza do conteúdo do pensamento e da
fala
·
Rigidez afetiva
·
Incapacidade de sentir emoções eprazer
·
Isolamento social
·
Diminuição da iniciativa e da vontade.
A pessoa passa a funcionar mal em áreas significativas da vida cotidiana,
como na escola ou trabalho, nas relações sociais e familiares.
Os próprios
pacientes experimentam os seguintes sentimentos:
A. Perplexidade:
No começo da doença os pacientes informam um sentimento de estranheza (Trema)
sobre a experiência, alguma confusão sobre de onde veem os sintomas
(normalmente alucinações) e se perguntam parque sua experiência diária tem
mudado tanto.
B. Isolamento:
A pessoa esquizofrênica experimenta uma sensação intensa de ser diferente dos
demais e de estar separada de outras pessoas. O isolamento social, evitar
contactos tornam-se evidente.
C. Ansiedade e Terror:
Em geral a experiência cotidiana está invadida por uma sensação geral de mal
estar e ansiedade. Evidenciam-se os períodos de terror intenso, causado por um
mundo dentro do qual tudo parece perigoso e incontrolável, normalmente
atribuído a origens externas e mágicas.
Os fatores de riscos
Alguns pesquisadores acreditam que a esquizofrenia é resultado de uma
combinação de fatores genéticos (hereditariedade) e ambientais. Certas pessoas
nascem com essa tendência, mas o problema só aparece se forem expostas a
determinados fatores ambientais.
Há alguns modelos que são estudados como fatores de riscos para
patologias mentais como a Esquizofrenia:
·
O modelo Sociogênico, no qual a
sociedade, complexa e exigente, é a responsável exclusiva pelo enlouquecimento
humano.
·
O modelo Organogênico, onde os elementos
orgânicos da função cerebral seriam os responsáveis absolutos pela Doença
Mental.
·
O modelo Psicogênico, onde a dinâmica
psíquica é responsável pela doença e subestimam-se as disposições constitucionais.
·
O modelo Organodinâmico, que
compatibiliza todos três anteriores, onde participariam requisitos biológicos,
motivos psicológicos e determinantes sociais.
Tipos de Esquizofrenia
Tipo
Paranóide: É o tipo mais comum e é caracterizado pela presença central de
delírios, normalmente com conteúdos persecutórios, autorreferentes, de ciúmes
ou de mudanças corporais. A presença de alucinações principalmente auditivas
também faz parte do quadro característico. A presença de prejuízos da volição e
discurso, bem como os distúrbios do afeto e sintomas catatônicos mostram-se
pouco proeminentes.
Tipo Desorganizado ou Hebefrênico: A
característica marcante neste tipo é o prejuízo do pensamento e o comprometimento
afetivo. O pensamento se mostra desorganizado com delírio pouco ou não
estruturados com discurso fragmentado. Quanto ao afeto este encontra-se
inapropriado e superficial com risos imotivados e comportamento pueril o
bizarro. Normalmente o início da Esquizofrenia dá-se precocemente e a evolução
é pior quando comparado ao tipo paranóide pela precoce e grave instalação de
sintomas negativo.
Tipo Catatônico: A alteração marcante
neste tipo diz respeito a psicomotricidade podendo apresentar períodos de mutismo,
intenso negativismo, obediência automático e flexibilidade cérea, e em outro
momento agitação e excitação chegando a um intenso estado de agitação e
violência denominado FUROR CATATÔNICO. Os sintomas positivos como delírios e
alucinações são ausentes ou com importância secundária.
Tipo Indiferenciado: Enquadra-se quando
não é possível a definição por não haver claro predomínio dos sintomas que
delimitam os Tipos de Esquizofrenia.
Tipo Residual: Consiste no estágio
crônico da doença onde os sintomas positivos, que caracterizaram o diagnóstico
de Esquizofrenia, estão ausentes ou diminuídos e os sintomas negativos
prevalecem e se destacam.
Transtorno Deteriorante Simples ou Tipo
Simples: Caracteriza-se pelo surgimanto de forma insidioso porém
progressivamente dos sintomas negativos sem que sejam precedidos por sintomas
positivos.
O que não é Esquizofrenia?
Há alguns mitos sobre a esquizofrenia bastante
enraizados na opinião popular. Boa parte desses mitos se originou na mídia,
através de filmes e romances sobre “loucos” e psicóticos que, além da qualidade
literária e artística, não guardam, obrigatoriamente, uma coerente relação com
a verdade científica.
A esquizofrenia não é a dupla pessoalidade. Apesar do
termo esquizofrenia cunhado por Bleuler em 1911 significar mente partida, hoje
sabemos que a síndrome de esquizofrenia é muito mais ampla que isso e não tem
por que incluir nela os Transtornos de Personalidade Múltipla.
A esquizofrenia não é uma violência sem sentido. O mito da violência psicótica provavelmente
se deve ao grande diretor Alfred Hitchcock e afins, cujo trabalho consiste em
dirigir filmes de agrado popular mas não, necessariamente, com bases
científicas e reais.
Também é possível que este mito se deva ao tratamento
da esquizofrenia com medicamentos sedativos. Mas, na maioria das vezes, a
sonolência é um efeito secundário da medicação antipsicótica mais do que uma
imperiosa necessidade de “dopar” o paciente para ele não agredir.
A porcentagem de pacientes psicóticos esquizofrênicos
que pode ser violenta é, felizmente, pequena. A agressividade dos psicóticos
costuma ocorrer praticamente na mesma proporção da violência na população em
geral. Aliás, podemos dizer, de maneira geral, que quem mais agride é a
sociedade ao “louco” do que o contrário; é a sociedade das pessoas normais quem
prende, agride, amarra, interna sem consentimento, seda, dopa, exclui e
estigmatiza.
Tratamento da Esquizofrenia
Os antipsicoticos, familiares e
amigos são a principal rede de apoio de pacientes com esquizofrenia.
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O curso da
esquizofrenia é variável. Alguns pacientes se recuperam totalmente, outros têm
recorrências com ou sem piora do funcionamento ou apresentam piora progressiva
e cronificação.
Os medicamentos antipsicóticos
são o tratamento de escolha para esquizofrenia, tanto na fase aguda como na
fase de manutenção. Têm ação pronunciada sobre alguns sintomas, como tensão,
hiperatividade, agressividade, hostilidade, alucinações, delírio, insônia,
anorexia, negativismo, isolamento. Por outro lado, não proporcionam melhora
acentuada da crítica, juízo, memória, orientação.
A resposta a cada
medicação é individual e a escolha do antipsicótico clássico pode ser feita de
acordo com o perfil de efeitos colaterais e o risco do paciente para estes.
Pacientes idosos, por exemplo, têm maior risco de complicações com os efeitos
colaterais anticolinérgicos e com a hipotensão postural, sendo mais indicado o
uso de um antipsicótico potente. E importante ressaltar que a associação de
duas ou mais medicações antipsicóticas clássicas não potencializa efeito
antipsicótico, sendo tão efetivo quanto o uso de uma medicação isolada,
enquanto os efeitos colaterais se somam. Desse modo, as associações devem ser
evitadas, exceto quando se procura efeitos diversos, tais como sedação e, ao
mesmo tempo, diminuição dos sintomas psicóticos.
Deve iniciar-se o
tratamento com dose baixa, aumentando-a gradualmente, conforme a adaptação do
paciente, até atingir dose ideal. A instalação do efeito antipsicótico dessas
medicações demora algumas semanas, de modo que se deve esperar, no mínimo, 8
semanas antes de considerar que o paciente não respondeu ao tratamento. Existem
preparações na forma injetável de alguns dos antipsicóticos, que
podem ser usadas para conter agitação ou agressividade.
Se a reposta é parcial
após 4-6 semanas e há indícios de que o nível sérico do antipsicótico é baixo,
pode-se tentar aumento da dose, pois o paciente pode ter deficiência na
absorção da medicação ou metabolismo aumentado. Se não há resposta, deve
mudar-se para um antipsicótico de outra classe. Se não há melhora com uso de
três antipsicóticos clássicos diferentes usados por tempo suficiente,
caracteriza-se refratariedade aos antipsicóticos e o uso de antipsicóticos de
nova geração é indicado.
Os novos
antipsicóticos vêm sendo cada vez mais usados também como medicação de
primeira linha no tratamento inicial da esquizofrenia. Esses medicamentos têm
eficácia semelhante a dos antipsicóticos clássicos nos sintomas positivos e são
mais eficazes nos sintomas negativos da esquizofrenia, além de
apresentarem menos efeitos extra-piramidais nas doses clínicas habituais
O uso de
antipsicóticos também é indicado como tratamento de manutenção, para reduzir o
risco de recaídas. O tratamento de manutenção deve ser contínuo, devido ao
risco maior de recaída com tratamentos com uso intermitente de medicação
antipsicótica. A dose usada no controle do quadro agudo vai sendo reduzida
gradativamente, ao longo de vários meses, até atingir a menor dose efetiva
possível, em geral cerca de metade da dose utilizada na fase aguda. O tempo
de manutenção da medicação deve ser de pelo menos 5 anos; após esse
período, se não houver recaídas, é possível estudar a possibilidade de redução
e eventualmente suspensão do antipsicótico.
Pacientes com esquizofrenia
geralmente têm pouca crítica da doença, deixando de aderir ao
tratamento medicamentoso com muita frequência. Uma alternativa é o uso de
medicação injetável de depósito (depot). A mudança de medicação oral para a de
depósito não pode ser abrupta. A medicação oral deve ser mantida por pelo menos
3 meses, até que o nível sérico do antipsicótico injetável se estabilize.
Cerca de 25 % dos
pacientes esquizofrênicos respondem insatisfatoriamente ao tratamento
medicamentoso habitual. A persistência, seja de sintomas positivos seja
de sintomas negativos, dificulta a utilização de abordagens psicossociais e
prejudica a reintegração social do paciente.
Normalmente os
antipsicóticos típicos são divididos em 2 grandes grupos funcionais; os sedativos
e os incisivos. Eles podem ser usados associados ou
isoladamente, conforme o caso. Os antipsicóticos sedativos são
utilizados, predominantemente, para pacientes psicóticos com inquietação,
agitação ou ansiedade exageradas. Esses antipsicóticos sedativos podem
ou não ser associados aos incisivos, dependendo da exuberância dos sintomas
psicóticos (alucinações e delírios).
Assim sendo, os
antipsicóticos sedativos são como diz o nome, bastante sedativos e pouco
incisivos, ou seja, atuam mais nos estados de agitação que de delírio ou
alucinação.
Por outro lado, os
antipsicóticos incisivos são indicados sempre que houver exuberância de
sintomas delirantes e alucinatórios.
A administração dos
antipsicóticos clássicos causa diminuição aguda de interesse e iniciativa,
assim como diminuição da manifestação de emoções ou afetos. Inicialmente, pode
haver lentidão na resposta a estímulos externos e sonolência, mas os indivíduos
são facilmente acordados e mantêm funções intelectuais intactas. Pacientes
psicóticos ficam menos agitados e pacientes isolados ou autistas ficam mais
responsivos e comunicativos e o comportamento agressivo e impulsivo diminui.
Gradualmente, em dias
ou semanas, os sintomas psicóticos, como os delírios, as alucinações e o
pensamento desorganizado tendem a desaparecer com o uso dos antipsicóticos.
Nesse período, também podem aparecer os chamados sintomas extrapiramidais, que
são efeitos colaterais na esfera psicomotora e caracterizados por
bradicinesia, rigidez muscular, tremores e acatisia.