sábado, maio 15, 2010

Os "Shopping Centers" chamados Igreja...



Antes de qualquer coisa, quero deixar bem claro que essa é uma opinião particular, por tanto, cada um avalie-se a si mesmo, ou seja, como diz a palavra de Deus, "não devemos nos apoiar nos ânimos dos outro" (quer o versículo? Tá na bíblia, é só dar uma "garimpada"... não me entenda mal, estou te ajudando!).

Não vou citar nomes de igrejas (claro), mas sabemos que a moda tem sido super igrejas, ou seja, enormes e luxuosos templos. E isso é bom Thiago?
Não vou ser hipócrita, sabemos também que os templos sempre foram enormes e bonitos, isso sempre foi a vontade de Deus, tem de ser de qualidade a altura do nosso Deus.

Mas a questão que quero levantar aqui não é luxuosidade dos templos, muito pelo contrário, mas sim a intenção que está por trás disso, ou seja, muito luxo, pouco de Deus.

Achar um equilíbrio sempre foi um desafio para nós seres humanos e esse é apenas mais uma questão...

Na época de Moisés, Deus o orientou a fazer um templo, na verdade o tabernáculo, sim, O Tabernáculo, coisa linda, extremamente detalhado, organizado, coisa fina em todos os sentidos.

Mas vamos pensar o seguinte: Deus sempre pensa no bem estar do seu povo primeiro, ou seja, Deus não pediu para Moisés construir o tabernáculo enquanto o povo era escravo, pediu? Não. Deus libertou seu povo primeiro, reuniu, ensinou, o povo recebia o melhor (apesar de sempre existir o grupo do “reclamões”), literalmente vindo diretamente do céu... enfim, concentre-se nisso...

Pois bem, o povo todo organizadinho, galera toda reunida, Deus tinha ensinado como viver em comunhão, tanto com Ele quanto com o próximo, de forma que não haveria pobres no meio do povo de Deus (É o sonho de civilização para todos nós, e esse pessoal teve a oportunidade de vivenciar isso... incrível).

Mas aí a galera ficou relaxada, começou se envolver com outro pessoal, a reclamar das acomodações, começou a seguir outros caminhos (gosto de ilustrar a bíblia assim, em casa faço a mesma coisa, minha esposa adora quando eu começo a contar as histórias bíblicas dessa forma).

O pessoalzinho da "nata" que cuidava do templo começou a se corromper, aí virou uma salada. Pra um povo descontente, todo o resto vira uma "droga", nada está bom.

Aí a galerinha invejosa da vizinhança invadiu, o templo ficou "desossado", enfim... tava uma baderna.

E vai Deus libertar o povo de novo. Mas, primeiro Ele liberta o povo, depois Ele pede para construírem outro templo.

Enfim, muita coisa aconteceu, chega Davi, o povo tava sofrendo de novo (ainda), pelo relaxo deles mesmos... segue... e agora existiam Reis, e a moda era Davi...

Davi, grande guerreiro, homem de guerra, Deus usa esse homem para mais uma vez libertar o povo da escravidão (ooo povo que gosta de ficar preso!!!!).

O tempo de Davi era um tempo difícil, tempo de guerra, de luta (e mesmo assim o homem arranjou um tempinho para bisbilhotar a janela da visinha, vê se pode! ... segue). Mas Davi era um homem cheio de idéias, então, caminhando no seu palacio: "Deus, vamos construir um templo para o Senhor!!!". Deus disse: "Na na nina não Davi. Vamos ajudar o povo primeiro, deixá-los numa situação de paz e tranqüilidade, depois pensamos nisso, beless?! Quem sabe, quando seu filho nascer, o pequeno Salomão, a gente faz isso. Enquanto isso, vai juntando dinheiro, verba que eu vou te dando pra gente fazer isso." (bom, já nessa época, Deus, em sua infinita sabedoria, já dava uns toque para Davi, e para nós, sobre economia e quando é a melhor época para investir em algo).

Beleza, o povo tava em paz de novo. Essa é a palavra que defini o reinado do filho de Davi, o sábio Salomão, ou seja, PAZ. O povo estava em paz, o povo estava rico, tinha um rei mais sábio de todos. Então, esse é o momento de construir o templo.

Templo construído, coisa fina também, luxuoso, "lindo de demais da conta sô" e esse seria melhor que o primeiro, dupla honra... aí sim... Mas, mais uma vez, vamos seguir a cronologia... primeiro o povo, depois o templo...

Bom, aí seguiu uma série de "patifarias" que o povo de novo continuou a fazer, e chegamos na época de Cristo.

Show, será que Deus vai construir outro templo maior, melhor e com palco embutido? Nem, Jesus vem para desfazer essa idéia de luxuosidade, agora era na simplicidade, mas com resultados impactantes. Ou seja, vamos salvar o povo e ao invés de construir um templo logo depois, vamos é destruir esse templo de pedra e construir outro, mas esse é espiritual. Esse Jesus é meu herói, ele é diferente, nada de convencional, "galera anda muito acomodada, acostumada, agora vamos fazer diferente".

Jesus (meu herói) já entra na cidade não em uma Ferrari, mas digamos que num Corcel (num burrinho). Mas lá vai Deus salvar o povo mais uma vez, agora de uma vez por todas, através de Jesus.

Vamos construir mais um templo? Nem, agora eu habito em todo aquele que me aceitar, disse Jesus. Vamos acabar com templos então? Não, mas o foco é a pessoa (como sempre foi).

Onde quero chegar com tudo isso? Você se lembra do que eu pedi para você se concentrar (apesar do texto ser grande, espero que sua memória seja boa)? Primeiro o povo, depois o templo, certo?

Os tempos atuais, pelo menos o que tenho visto, o povo está se concentrando no templo, depois no povo, mesmo que ainda, terminantemente eles neguem, neguem e neguem esse fato (acho que aprenderam isso com o Lula, só pode).

Algumas igrejas são gigantescas, luxuosas, maravilhosas realmente, mas o povo que vai lá, não vai, ou não deveria ir lá por conta disso, mas pelo Deus que está lá! Pelo Deus que é ensinado lá.

Milhões são gastos com construções de megas templos, e as pessoas nem casa pra morar tem, ou moram em barracos, ou pagam o tal do "financiamento para construção" (que não vou citar o nome, porque eu fiz...) para poderem construir suas humildes moradias!!

Ok, mais um mega templo construído. E aí para manter o tal do mega templo. Aí tem gente suplicando oferta, sem falar na estrutura que tem de ser gerada para manter esse templo, ou seja, se perdem e ficam presos a estrutura e esquecem do povo e principalmente, de DEUS.

Chega-se ao cúmulo de, quando um necessitado (entenda necessitado não só miséria, fome, mas também aquele que precisa de um conselho a respeito de algo importante, como, sei lá, divorciar ou não, por exemplo) entra nesse mega templo, passa por um processo burocrático tremendo. Ou seja, "preciso de um de um conselho sobre divórcio...", "hum... não posso te ajudar, a pessoa responsável por essa área não chegou ainda (e o necessitado chorando de balde)". Ou, "por favor, você poderia preencher esse formulário, para podermos ter seus dados"... Meu amigo, o civil tá tremendo de tensão por causa da sua atual situação, vai pedir pra ele preencher formulário?

Pior é se entrar alguém com problemas financeiros graves (o que não é anormal em nossa sociedade atual), pedindo uma ajuda financeira... "Hummm irmã, você está precisando de cesta básica?". A coitada diz: "Se esse fosse o problema estava ótimo, mas é que estamos precisando pagar nossas dívidas, meu marido começou a trabalhar agora, graças a Deus, mas nossas contas estão acumuladas e os credores vão tomar nossas coisas". "Hum irmã, se fosse só cesta básica a gente resolvia facinho, mas nesse caso, vou ter que falar com o pessoal da administração da igreja, ver se há possibilidades, pois a igreja está meio no zero, quase nem deu para pagar os funcionários, sabe como é, ofetas foram poucas... Mas vamos orar, Deus vai te ajudar e você pode participar do Seminário sobre como cuidar das suas finanças, que vai acontecer no próximo final de semana, são R$20,00 a inscrição...". É... só Deus mesmo, porque os irmãos, nessas horas, a comunhão passa longe.

Organização sim, sempre, mas sempre pelo bem estar das pessoas, não para dificultar ainda mais as coisas.

As igrejas estão virando o que? Empresa? Isso sem falar naqueles que trabalham nessas "Empresas". Nos cultos, tratados como amados, no expediente, como qualquer funcionário de qualquer outra empresa aí fora. Poxa, somo diferentes caramba!!! (desculpem a franqueza)

E o comércio? Chega ser algo impressionante que te deixa pasmo, de boca aberta!

Tem barraca, cantina, churrasquinho, livraria, vestuário, daqui a pouco só falta o cinema!

Nos cultos, as pessoas ficam mais pro lado de fora do que pra dentro. Mas também, com tanta atração, quem quer ficar do lado de dentro, né?!. E os que ficam do lado de dentro tem que ouvir o pastor "descascar o abacaxi", perdendo tempo precioso que poderia ser pregado a Palavra, mas pedindo para o povo se sentar, se aquietar, calar a boca e ouvir a pregação, mas o povo que deveria estar ouvindo isso nem está ali.

Eu, particularmente, sou terminantemente contra a venda de qualquer coisa dentro do templo. Por que Thiago? As pessoas precisam ser ensinadas o valor e o significado de "Misericórdia quero e não sacrifício!!". Posso falar isso com propriedade, pois um bom tempo vendia balas em minha igreja. A idéia, inicial, era para ajudar uma associação que cuida de menores, mantida pela igreja. Ou seja, ficávamos disponíveis para receber do pessoal que ajudava a associação, e no restante do tempo, ficávamos (eu e minha esposa) lá, "de boa". Então pensamos em ajudar em algo. Pois bem, vamos vender umas balas. Mas a idéia, digamos que, rendeu, mas fugiu do foco, ou seja, hoje as pessoas fazem fila para comprar bala, enquanto o culto já começou e o pastor já começou a pregar. As crianças vêm comprar balas a mando dos pais, enquanto esses pais deveriam ensinar esses filhos a guardarem seus dinheiros e na hora do culto, prestarem a atenção nos ensinamentos de Deus. Ou seja, se um pai sábio ensina seu filho no caminho correto, vai ensinar o filho que, não base de troca, mas uma oferta voluntário e vai ensinar a criança a cuidar do seu dinheirinho e ainda por cima oferta na casa de Deus. Olha que show!!

Já ouvi da boca de crianças, elas receberem a famosa "mesada" dos pais, quantias grandes para certas idades (particularmente falando, claro, pois quem deve definir isso são os pais, mas...), associado à falta de orientações dos pais, não faltam casos em que crianças chegam a gastar R$10,00 reais em balas!! É errado dar dinheiro pra filho Thiago? Não meu caro, o problema é não o orientar o filho!! E outra, vai dar "dez pila" para uma criança de 5 anos? (Vivi sem a tal da "mesada" e estou vivo até hoje). E vai você tentar orientar a criança... elas dão de ombro, diz que foi o pai que deu e você, "que se lasque, to nem aí para o que você diz, tio da bala". E esse pequeninos são o futuro.

Por tanto, de um modo geral, penso que esses megas templos têm servido para atrair cada vez mais pessoas, mas não pelos princípios corretos. Ou seja, enche a igreja, mas não há qualidade.

Já ouvi o cúmulo de, na hora do ensinamento da Palavra de Deus, fazer aquela exortação de: "ninguém se levanta, ninguém fala mais nada, todo mundo prestando a atenção nos ensinamentos de Deus, porque rejeitar os ensinamentos de Deus é rejeitar Deus...". Bom, o cúmulo é: Deus está no templo desde a hora que eu pisei os pés (pisei os pés foi boa, nunca vi pisar com as mãos, mas segue...) dentro da igreja, ou seja, a reverência e a educação já deveriam estar sendo exercidas já nesse momento e não só num momento específico do culto. Enquanto o louvor e adoração estão rolando, o povo fica ziguizaguiando (nem sei se existe essa palavra, mas tudo bem). Chega na hora da Palavra, se ele se sentar e ficar quietinho, ele não estará rejeitando Deus? Ah!! Está rejeitando Deus da mesma forma, mas agora está quietinho (pelo menos isso né?!).
Tem igreja exigindo ofertas, estipulando (o que já não é certo) valores altíssimos, indo totalmente contra os ensinamentos bíblicos! Já vi casos em igrejas que foi estipulado uma quantia X (valor alto para o nível da cidade) e o coitado do irmão ir lá e vender seus bens para ofertar a tal da quantia. E aí? Sem falar naqueles que não tem da onde tirar, ficam com o sentimento de culpa, pois não estão agradando a Deus, saem da igreja desiludidos e voltam para o caminho de escuridão de onde vieram.

Particularmente, penso que deveríamos rever conceitos, pois quanto maior é o templo, maior será a sua queda. E é o que tem acontecido. Escândalos e mais escândalos sendo evidenciados todos os dias envolvendo grandes igrejas, sem falar na moda GOSPEL.

Outro dia vi um Capacete Gospel! O que é isso? Destinado para os evangélicos, tem até versículo bíblico.

Computador Gospel, refrigerante gospel. O que é isso? A verdade é que Gospel virou marca, igual "Nike". E tem gente vendendo esses produtos Gospel a preços abusivos, com a desculpa de estar contribuindo com a obra de Deus!! Ok, só porque eu aceitei Jesus, eu sou bobo?

Gente, por favor, cuidado com essas coisas. E outra, cuidado, ter capacete gospel não significa proteção!! Vai andar a "milhão" mesmo com um capacete gospel, com versículo e tudo pra você ver o que vai acontecer com você!

Em nada disso estou dizendo que é errado ou certo, mas estou tentando colocar o que é bom e o que tem sido ruim. É bom que os irmãos vivam em comunhão, mas não comendo lanche ou na fila da bala enquanto a pregação rola solta! Tem hora para tudo! Também não sou contra a construção de templos lindos para a acomodações dos irmãos e a comunhão deles, mas peço que o foco não seja desviado, ou seja, é um local de adoração, ensino, reverência, clamor, não um mercado.

É uma questão de coerência, o que convém e o que não convém apesar de tudo ser lícito.

Vamos pensar no povo primeiro, no que Deus quer para todos, para o povo, depois a gente pensa no templo. Vamos pensar na transformações das pessoas através de Cristo e não do templo através das ofertas/dízimos. Ensinar o povo a como viver na simplicidade de Cristo ao invés de impor novas regras eclesiásticas (absurdas)! Já nos basta o mundão aí fora.

Mas penso que o problema deva ser mais embaixo, ou seja, a ganância, a obseção pelo poder e dinheiro, o ego, enfim, tem gerado esse problema, que, por ser grande, gera conseqüências grandes.

Entendam, mais uma vez volto a salientar, não é radicalismo, mas é parar e analisar os passos que estamos dando, não há nada de errado nisso, entendo que, algo por ser grande, gera grandes responsabilidades (momento Peter Parker), e é fácil se perder no caminho. O fato da possibilidade de ser menor não significa que seja menos importante.

Vamos viver o simples, o evangelho genuíno, simples, direto, sem enrolação, sem troca, sem vendas, sem promoções, enfim... Jesus pregou o evangelho dessa forma, podemos fazer também!

A igreja hoje são as pessoas, então vamos dar mais valor a elas, por favor!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário